ALGUNS ASPECTOS MORAIS DO MATRIMÔNIO


O Amor e o prazer (importância da finalidade unitiva)
· Um ato sexual sem amor, ainda que o motivo pudesse ser o de gerar ou conceber um filho, estaria privado de sua marca específica e seria pecaminoso.
· E as pessoas deveriam saber que o encontro sexual só exprimirá amor se o amor for ativo e atuante em todos os setores de suas vidas.
· Por isso, também, a união sexual só encontra seu espaço legítimo no matrimônio que é “a aliança conjugal e o compromisso pessoal irrevogável, a íntima participação na vida e no amor matrimoniais” (GS 48).
· Com relação ao prazer na vida sexual, na Bíblia não existe a mais leve indicação de que o prazer, como tal, no sexo ordenado, pudesse ser errado.
· Há, todavia, uma grande quantidade de advertências contra a busca do prazer numa vida sexual desordenada.

A fecundidade matrimonial (incluindo as finalidades do matrimônio)
· A fecundidade do amor é uma realidade totalmente diversa da fertilidade biológica e de qualquer produtividade do homem técnico.
· A vocação e a bênção de Deus não foram dadas apenas para produzir filhos, mas para que o homem e a mulher se “conhecessem” reciprocamente, tornassem o mundo mais rico de amor e, se esta fosse a vontade divina, gerassem filhos mediante a superabundância de seu amor.
· Para Santo Afonso, três espécies de finalidades podem ser levadas em conta no matrimônio: a) os objetivos essenciais intrínsecos (que são a autodoação mútua e o laço indissolúvel); b) os objetivos acidentais intrínsecos (que são a transmissão da vida e o remédio para a concupiscência); c) e os objetivos acidentais extrínsecos que podem ser muitos.
· Daí concluímos que: é certo que, excluindo o primeiro, a pessoa não só peca como ainda torna nulo o matrimônio; é certo também que, excluindo o segundo, a pessoa poderia em alguns casos, não só validamente mas também licitamente, contrair matrimônio.

Matrimônio como instituição, vocação e sacramento
· Devemos centrar nossa atenção no Matrimônio como aliança de amor, como vocação e instituição.
· Como crentes que somos, nosso primeiro pensamento é que o matrimônio foi instituído por Deus. O matrimônio é querido por Deus como uma comunidade de amor e como uma comunidade doadora de vida.
· Esta comunidade, por sua vez, necessita da sociedade para garantir sua segurança, sua estabilidade e o desempenho de suas funções inalienáveis.
· O matrimônio cristão precisa da Igreja para sustentar seu ideal e para ajudar os esposos e as famílias a alcançarem uma compreensão cada vez mais perfeita de sua vocação.
· A Igreja, que apresenta o matrimônio como um mistério salvífico, não pode deixar de interessar-se pela maneira como a sociedade encara o casamento, como o protege, como o estimula ou até que ponto o prejudica ou opõe obstáculos.
· Além de uma instituição, o matrimônio é também uma vocação. Uma vocação sublime.
· Em vista de tal vocação os cristãos deverão examinar-se diante de Deus para saber se são de fato chamados ao matrimônio e se têm as qualidades necessárias.
· As qualidades que permitam esperar-se do futuro cônjuge um amor fiel, o respeito mútuo à consciência e a liberdade em face de todo tipo de manipulação que possa diminuir a liberdade íntima de cada uma das partes, e principalmente a liberdade de consciência, são os principais critério de escolha.
· O matrimônio é também um sacramento.
· Sempre, e onde quer que seja, que no mundo e no decorrer da história se vive um amor redimido e redentor no matrimônio e na família, e tal amor se torna um sinal da fidelidade da aliança, então, no sentido verdadeiro, verifica-se uma sacramentalidade, um caminho de salvação.
· Os cristãos, quando são crentes autênticos, estão conscientes da graça e do chamado de Deus conferidos em Cristo Jesus e tendo em vista a aliança deste com a Igreja.
· O matrimônio cristão constitui uma graça e uma oportunidade especiais para conquistar uma percepção agradecida da presença de Cristo e uma confiança explicita na graça do Espírito Santo.
· É vivido com gratidão por causa do apoio que recebe da Igreja e que ele pode dar à Igreja em Cristo Jesus.

Fidelidade e indissolubilidade do matrimônio
· Duas outras coisas que caracterizam o matrimônio cristão são a fidelidade e a indissolubilidade deste sacramento.
· O matrimônio cristão é um sacramento não só como uma imagem externa da aliança entre Cristo e a sua Igreja, mas também, e até mais, como participação na realidade desta aliança.
· Pela fé e pela graça, o autocompromisso que os esposos assumem entre si é, concomitantemente, um autocompromisso, impregnado de graça, com Cristo e com sua aliança.
· Jesus aponta para o plano original do Criador: “Mas desde o princípio da criação ele os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará o seu pai e a mãe, e os dois serão uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne” (Mc 10, 6-8).

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