COMISSÕES DE DIÁLOGO ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO


As “comissões bilaterais” são instâncias oficiais de diálogo e cooperação entre Confissões cristãs (sobretudo no plano teológico) bem como da Igreja Católica com outros credos. O Brasil conta com três “comissões bilaterais”:

COMISSÃO NACIONAL ANGLICANO-CATÓLICA (Conac)
Documentos-guia:
A comunhão eclesial (1990)
Moral, comunhão e Igreja (1993)
O dom da autoridade (1998)
Unidos no diálogo – compêndio de documentação (1992)
Maria: graça e esperança em Cristo (2004)

COMISSÃO BILATERAL CATÓLICO-LUTERANA
Documentos-guia:
Declaração conjunta sobre a doutrina da Justificação por graça e fé (1999)

COMISSÃO NACIONAL DE DIÁLOGO CATÓLICO-JUDAICO
Documentos-guia:
Notas para a correta apresentação dos Judeus e do Judaísmo na pregação e na catequese da Igreja Católica (1985)
“Nós recordamos” – uma reflexão sobre a Shoah (1998)
“Dabru emet” – dizei a verdade entre vós (2000)
O povo Judeu e suas Escrituras na Bíblia cristã (2002)

Cada “comissão bilateral” é composta por representantes dos respectivos credos (judeus, anglicanos, luteranos e católicos) designados pelas autoridades competentes de suas instituições. Reúnem-se ao longo do ano, com agendas diferenciadas. Na metodologia, partem do “diálogo na verdade e na caridade” – o que favorece um sincero “diálogo de convergências” com a evolução dos trabalhos. Além de tratarem de assuntos da pauta nacional, por vezes essas comissões estudam os resultados do correspondente diálogo em nível internacional (cf. documentos-guia citados). As “comissões bilaterais” têm autonomia metodológica, determinando seu próprio ritmo de trabalho. À medida que exercem suas atividades, comunicam seus relatórios à Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB, que acompanha os trabalhos e mantém o vínculo entre os diálogos bilaterais e a CNBB.


NÚCLEOS DE DIÁLOGO ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO

Além das “comissões bilaterais” (que possuem caráter oficial), a Igreja Católica anima e participa, com seus representantes, de outros espaços de diálogo com Igrejas Cristãs e outros credos. Esses espaços funcionam como “atelier” ou “oficinas” de conhecimento mútuo, amizade, reflexão e espiritualidade – superando a indiferença e o desconhecimento entre seus participantes. Com ritmo próprio e competência metodológica, esses “núcleos de diálogo” se organizam como Movimentos ou Grupos organizados. Alguns servem de plataforma para futuras “comissões bilaterais”. Estas experiências constituem escolas de diálogo, que educam para a paz, promovem o bem comum, a cordialidade e a vivência cidadã da religião – valores que todos os credos acolhem. No Brasil, entre tais núcleos, estão:

Movimento Ecumênico Local e Regional
Associação Fraterna de Igrejas Cristãs (AFIC), Recife.
Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (CAIC), Belém.
Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão (CIER), Florianópolis.
Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs (CEBIC), Salvador.
Grupo Ecumênico de Brasília (GEB), Brasília.
Grupo Ecumênico do Vale do Paraíba e Litoral Norte, Caçapava.
Movimento Ecumênico de Curitiba (MEC), Curitiba.
Movimento Ecumênico de Maringá (MECUM), Maringá.
Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (MOFIC), São Paulo.

Grupos de Diálogo Católico-Pentecostal
Emergente em várias localidades, com uma geração de presbíteros, pastores e leigos abertos ao encontro e à fraternidade batismal, o diálogo católico-pentecostal ganha visibilidade e começa a se articular. Alguns grupos:
Diálogo Católico-Pentecostal no Rio de Janeiro – animado pela Comunidade Bom Pastor, Comunità di Gesù e Comunidade Coração Novo (católicas), com participação de leigos e pastores das Igrejas Assembléia de Deus, Evangelho Quadrangular, Congregacional, Nazareno, e outras de matriz evangélica-reformada, como Presbiteriana Unida e Batista.
Diálogo Católico-Pentecostal no Vale do Paraíba – animado pelo grupo ecumênico regional, com representantes das Dioceses católicas e das Igrejas Assembléia de Deus, Evangelho Quadrangular, Pentecostal Livre do Brasil, Evangelho Pleno, Metodista Wesleyana e, eventualmente, outras denominações.
Diálogo Católico-Pentecostal em Florianópolis – animado pelo Departamento de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso do ITESC (Instituto Teológico de Santa Catarina). Reúne representantes católicos e das Igrejas do Evangelho Quadrangular e Assembléia de Deus, entre outras.
Estes grupos não têm caráter oficial, mas fraterno. Baseiam-se no encontro, conhecimento mútuo, escuta da Palavra de Deus, estudo e oração. Querem ser espaços de estima e testemunho comum entre batizados de diferentes Confissões cristãs, valorizando a experiência pentecostal que compõe suas identidades. Sua agenda e temática é definida conforme os contextos, podendo também estudar os resultados do Diálogo católico-pentecostal Internacional. Também tem-se articulado um movimento mais amplo, nacional, de encontro de católicos e pentecostais, chamado CRECES – Comunhão Renovada de Evangélicos e Católicos no Espírito Santo. A CNBB acompanha estas experiências e solicita que, havendo outras, seja informada mediante e-mail para a Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso: ecumenismo@cnbb.org.br

Grupos de diálogo católico-islâmico
A Casa da Reconciliação (São Paulo, SP) anima o encontro entre líderes católicos e muçulmanos, mas não constitui uma “comissão bilateral”. Experiência semelhante ocorre no Rio de Janeiro (RJ), em Maringá (PR) e outras cidades brasileiras. Em Florianópolis, o diálogo católico-islâmico está se consolidando com o funcionamento do CALMU - Grupo de Diálogo Católico-Muçulmano, apoiado pelo Departamento de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso do ITESC. Confira http://www.itesc.ecumenismo.com/

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