ALGUMAS ATITUDES FUNDAMENTAIS PARA VIVER A VIDA FRATERNA


1) Ser capaz de escutar

a) Precisamos escutar Deus
- “Ouve”, ó Israel. Iahweh nosso Deus é o único Iahweh! Portanto, amarás a Iahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força” (Dt 6,4-5).
- Fala, Iahweh, que o teu servo ouve! (1Sm, 3,20).
- “Vou ouvir o que Iahweh Deus diz: porque ele fala de paz ao seu povo, a seus
fiéis” (Sl 85,9).
- Quem ouve a minha palavra, tem vida eterna (Jo 5,24).
- Quem tem ouvidos, ouça o que o “Espírito diz” (Ap 2,7).

b) Para escutar, é necessário fazer silêncio.
- Bernardo de Claraval: “Do silêncio vem toda força. No silêncio afundamos no seio do Pai e caminhamos com sua palavra eterna. A paz de Deus pacifica tudo”. Alguém veio um dia queixar-se de nunca ter sentido a presença de Deus, apesar das numerosas orações. O santo respondeu: “A próxima semana, você não precisa mais rezar, mas você vai sentar-se simplesmente ao mar e experimentar o silêncio”. Após algum tempo, ele voltou e disse ao santo: “É estranho! Quando eu falava a Deus, não sentia nada; mas agora que experimentei o silencio, aí encontrei a presença Dele!” (padres da Igreja).
- Cipriano de Cartago: “Como tu podes exigir que Ele te escute, quando tu nem escutas a ti mesmo”?

c) Deus nos fala no mais íntimo de nós mesmos
- Deus nos fala lá onde a gente encontra com nossa nudez, nossa sombra, nosso pecado. A humildade é o único caminho que nos abre o caminho de Deus. Jó após longa experiência de sofrimento: “Somente através do ouvir dizer é que eu te conhecia, agora meus olhos te contemplaram. Por isso eu te chamo e respiro de novo, na poeira e nas cinzas” (Jo 42,5-6).

d) Quem escuta a Deus se dispõe a escutar os irmãos
- Ouvir a Deus prepara para acolher o pobre, o sofredor, o marginalizado. Saber escutar é a primeira atitude para valorizar os outros e não esmagá-los com os nossos conhecimentos. Geralmente o outro não precisa de nossos bons conselhos, mas simplesmente ser ouvido.
- Escutar é valorizar os outros”... cada um considerando o outro como mais digno de estima (Rm 12,10).
- “... mas com humildade, julgando cada um os outros superior a si mesmo...”


2) Uma profunda compaixão pelo povo.

a) Jesus é o modelo que inspira a vida espiritual. Não precisamos imitar Jesus no que ele fez - isso seria impossível – mas nos seus sentimentos: “Tende em vós os mesmos sentimentos de Jesus Cristo” Neste sentido a espiritualidade deve ser cristocêntrica.

b) Nosso olhar dever estar fixado no Invisível... Moisés andava “como se visse o Invisível:”(Hebreus 11,27). Somos chamados a ver Deus agindo nas pessoas, especialmente os mais pobres: “Eu tive fome, sede, estava nu, preso, doente...” (Mt 25,31-46).

c) Vamos ver alguns sentimentos de Jesus para com o povo:
Compaixão - Antes da multiplicação dos pães: “Jesus viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por ela, pois estavam como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34). Após ter feito várias curas: “Ao ver a multidão, teve compaixão dela porque estava cansado e abatido como ovelhas sem pastor” (Lc 9,36).
Ternura – Cheio de respeito com a samaritana que veio buscar água e a quem Jesus revela sua verdadeira identidade. “...Quem beber da água que eu lhe darei, nunca mais terá sede” (Jo, 4,1-42).

Extraído do tópico 8 “Vejam como eles se amam” do Boletim das Fraternidades 126, in http://www.casadareconciliacao.com.br/

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