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Mostrando postagens de dezembro, 2009

Natal: Relembrando nossa vocação de ser humanos

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Maria Clara Lucchetti Bingemer Natal é festa de Deus entrando na história e realizando o milagre da Encarnação. É festa da Virgem Maria dizendo SIM ao plano de Deus e ficando grávida do Espírito Santo, passando a trazer em seu seio aquele que seria o homem Jesus , conhecido como o Galileu. É a festa do amor, da aliança de Deus com a humanidade,festa da Luz e da Alegria.Por isso mesmo é a festa que nos ensina e nos relembra que nossa verdadeira e mais profunda vocação é sermos humanos, verdadeiramente humanos, profundamente humanos. Pois somente mergulhando fundo em nossa humanidade realizamos aquilo para o que Deus nos criou: sermos imagem de seu Filho que, ele também, se fez humana, aprendeu a ser humano, é humano sem deixar de ser Deus.Assim, a festas do Natal é a festa de nossa vocação: vocação de ser humanos. A gente sempre acha que ser humano é algo que não se aprende. Já nascemos assim, já somos assim, já sabemos tudo sobre o que somos. É verdade em parte apenas. Por outro lado,

A encarnação do Verbo de Deus

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D. Eusébio Scheid Estamos nos últimos dias de preparação para a grande festa do Cristianismo, o Santo Natal, quando comemoramos a Encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo. Neste ponto central da História, concentram-se todas as profecias anteriores e as expectativas do futuro, justificadas e explicadas pela vinda do Messias. Ele é o fundamento da esperança para o mundo, em meio às injustiças e crueldades que marcam a nossa História. Mas, por que Jesus veio à terra? Antes de tudo, para nos revelar Deus-Pai, identificar-se como seu divino Filho e demonstrar a atuação do Espírito Santo na Trindade, na Igreja e em cada um de nós. Veio, também, esclarecer o grande mistério do ser humano, que só podemos compreender melhor quando confrontado com o homem novo - Cristo, pois o velho homem - Adão, desfigurou a história e a face da humanidade. Em Cristo, o ser humano está destinado à glória, resplandecendo em si o brilho do próprio Deus. Pela fé no Verbo Encarnado, Rei do Universo e Senhor da Hi

Uma santidade para os tempos de hoje

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Maria Clara Lucchetti Bingemer O mundo em que vivemos não é mais como aquele onde viveram nossos antepassados. Isso é verdade da economia, das comunicações, e também e não menos dasreligiões, sua prática e o compromisso social que elas motivam. Se é verdade da religião, desua prática e do compromisso dela derivado, também o é da teologia, que é a reflexão sobrea fé que procura expressar-se no confuso campo religioso que hoje percebemos. Aconteceram muitas mudanças no decurso das últimas décadas sobre a vivência da fé. Mudou o perfil dos agentes sociais, a configuração da militância cristã e seus efeitos e reflexos sobre o entendimento que se tem sobre a maneira de viver a fé. É o momento de nos perguntarmos para onde vai essa nova maneira de conceber a vida cristã que deverá ser vivida por epara esses novos agentes e protagonistas.Hoje vivemos num mundo onde a religião muitas vezes desempenha mais o papelde cultura e força civilizatória do que propriamente de credo de adesão que config

Domingo, o dia do senhor

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Dom Orani João Tempesta O terceiro dia após a Paixão, o primeiro dia da semana, quando Jesus Cristo ressurgiu dentre os mortos, é o Domingo, o dia do Senhor! “No primeiro dia, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo levando perfumes que tinham preparado. Encontraram a pedra removida, mas, ao entrarem não encontraram o corpo de Jesus e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com vestes resplandecentes pararam perto delas. Tomadas de medo, elas olhavam para o chão. Eles, porém, disseram-lhes: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou!”(Lc, 24,1 a 6).É o primeiro dia da semana, que na narração do Gênesis corresponde ao dia em que foi criada a LUZ (Gn, 1, 3).O Domingo, primeiro dia da semana, em razão de ser o dia em que o Senhor ressurgiu dentre os mortos, tomou, tanto no Oriente como no Ocidente, o lugar do sábado, que na narrativa bíblica da criação do mundo foi o dia que o Criador repousou e santificou esse

Os sem senso e os com senso

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Pastor Eduardo Rosa Pedreira “Diz o insensato no seu coração; não há Deus” Sl 14:1 Vivemos em um país no qual o prefixo sem se tornou muito conhecido. Temos os sem-terra, os sem-teto, os sem-carro, os sem-educação, os sem-justiça, os sem-celular, os sem-comida, os sem-vergonha, os sem-escrúpulos... A bíblia fala de um outro grupo de sem: os sem senso, ou in-sensatos, os sem juízo. O in-sensato, biblicamente falando, não é sinônimo de débil mental. O insensato não é um louco no sentido em que conhecemos hoje. O insensato pode ser alguém muito inteligente, com uma sólida formação acadêmica, diplomas espalhados por toda parede, pode ser alguém famoso, até mesmo um formador de opinião. O insensato não é alguém que não estudou e nem sabe falar uma outra língua. Insensato não é sinônimo de pobreza economica-social e cultural. Na bíblia, insensatez é o mesmo que pobreza espiritual. Não se trata de razão, mas de fé. O sem-senso é aquele que diz no seu coração: “Não há Deus”. O in-sensato é aqu

O diálogo Inter-religioso

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Sheikh Abu Osman* Disse Deus o Altíssimo: “Falai ao próximo com benevolência” Alcorão 2:83. E Disse também: “Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria, pela exortação e dialoga com eles com benevolência” Alcorão 16:125 Disse o profeta Muhammad (S.A.A.S.) : “A boa palavra equivale uma caridade”. Existem no Alcorão 527 versículos que falam sobre o diálogo. As orientações do Alcorão tanto quanto a do profeta Muhammad (S.A.A.S.), são claras quanto o diálogo entre os muçulmanos entre si e entre os não muçulmanos também. Tais orientações reconhecem que os seres humanos podem divergir quanto as suas idéias e mentalidades, isso é natural, e os muçulmanos têm a obrigação moral e religiosa de respeitar as opinões diferentes e pensamentos diferentes e consideram que os diferentes pensamentos poderão desenvolver melhor o convívio entre as pessoas, uma vez que nós muçulmanos somos proibidos de impor a nossa religião aos demais. O Islam além de tudo isso, estabelece regras e normas pa

Necessidade de ouvir e ser ouvido

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Sheikh Abdelbagi Sidahmed Osman* A proposta da criacão pelas Nações Unidas do Ano Internacional pelo Diálogo entre as Civilizações, talvez alguns não saibam, partiu de um país muçulmano, a República Islâmica do Irã. Essa proposta de diálogo, na verdade, não é nova, já tem quatorze séculos, desde o surgimento do Islã. Sempre houve diálogo, sempre houve possibilidades de aproximação e o Islã nunca entendeu por que o que deve prevalecer entre as nações - nos seus diferentes aspectos históricos ou religiosos - é o confronto. Nós entendemos que o diálogo, a aproximação e o conhecimento da diversidade cultural caracterizam a raça humana. Deus cria o ser humano e ele tem o livre arbítrio de adotar a idéia que lhe convier. Esse livre arbítrio não é uma coisa que eu ou nós estabelecemos, mas foi o próprio Criador dos seres humanos que o estabeleceu para nós. É assim que todas as mensagens enviadas por Deus não vieram para impor uma idéia, mas sim para esclarecer. Adota a idéia quem quiser. Tive

Maria e a humanidade, hoje

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Gilda Carvalho mailto:Carvalhogilda@puc-rio.br O que Maria tem a dizer à humanidade em nossos dias? Parece tão distante o tempo que nos separa daquela jovem judia que vivia na pequena cidade Nazaré, noiva de um homem bom e justo e que certamente viveu sua dimensão de esposa, mulher, mãe... Dois mil e poucos anos, muitos avanços, muitas descobertas, o progresso, a cura de doenças, a exterminação de alguns males, a transformação das cidades, o aumento da expectativa de vida... Tantas coisas, tantas histórias e tanta História. Mas a jovem de Nazaré continua a nos interpelar. O que tem ela a nos dizer? Certamente nos diz o que já dizia à humanidade de seu tempo. Temos hoje apenas melhorias materiais, mas muito pouco a humanidade avançou em termos de valores, de crescimento espiritual e de adesão ao verdadeiro reino de Deus. Poderia sua cidade – ou mesmo todo o povo judeu – acreditar que daquela jovem que não era rica, não era princesa, mas apenas uma jovem criada para ser simplesmente espo

Bendita entre todas as mulheres

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Maria Clara Lucchetti Bingemer Maria de Nazaré, mãe de Jesus. Quem é essa que a Igreja proclama e venera como bendita entre todas as mulheres e cheia de graça? O que ela nos diz sobre o mistério de Deus, da vida, do ser humano homem e mulher? A teologia hoje trata de fazer uma releitura da Maria de acordo com as exigências de nosso tempo. Essa releitura dá testemunho, sobretudo, do momento privilegiado que vive a humanidade inteira com o despertar da consciência histórica da mulher. Com relação à interpretação sobre o mistério de Maria de Nazaré, portanto, há que ressaltar três pontos:a) O povo tem imenso carinho por Maria, a mãe de Jesus. E este amor expressa o clamor em busca de socorro, qualquer que este seja. Isto parece transparecer a espiritualidade mariana do povo mais simples. Maria é a esperança, a mãe, a protetora, aquela que não abandona seus filhos.b) Existe hoje, igualmente, uma maneira diferente e própria de ler os textos bíblicos. Os textos que falam d Maria são muito po

Maria: verdadeiramente nossa irmã

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Maria Clara Lucchetti Bingemer Permanece sempre uma pergunta fundamental no coração dos católicos. Quem é Maria afinal? Qual o seu lugar na história da salvação? Que posto ocupa em relação a seu filho Jesus no mistério cristão?Maria não é deusa, nem divina. Contrariamente à acusação que às vezes pesa sobre o catolicismo, nunca se disse nem sequer se pensou que Maria pudesse ser equiparada a seu filho com relação à dupla natureza, humana e divina. Maria é apenas humana, plenamente humana. Como nós. Igual a nós. Em tudo. Criatura, saída das mãos do Pai com gozo e agrado. Como nós. De carne e osso. Maria é, portanto e antes de mais nada, criatura. Alguém que participa intimamente de nossa condição humana e nossa finitude. Viveu em um tempo histórico e foi a mãe judia do homem Jesus de Nazaré. Para a teologia e a espiritualidade católica, é central a afirmação de que esta que foi uma viva na história, é hoje alguém que vive em Deus. Nos que «vivem em Deus» se projeta a situação de todos os

Deus se faz menino para nos vencer no amor

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Bento XVI: Audiência Geral de quarta-feira ROMA, quarta-feira, 23 de dezembro de 2009 (ZENIT.org) .- Publicamos o discurso proferido por Bento XVI nesta quarta-feira, na presença dos fiéis e peregrinos, reunidos na Sala Paulo VI para a tradicional audiência geral. Em sua reflexão, o Papa falou do mistério do Natal que se aproxima. *** Caros irmãos e irmãs, Com a Novena de Natal, que celebramos nestes dias, a Igreja nos convida a viver de modo intenso e profundo a preparação para o Nascimento do Salvador, que já está iminente. O desejo, que todos portamos em nossos corações, é de que a próxima festa do Natal nos dê, em meio à atividade frenética dos dias de hoje, o presente sereno e profundo de tocarmos a bondade de nosso Deus com as mãos, infundindo-nos nova coragem. Para melhor compreendermos o significado do Natal do Senhor, gostaria de fazer uma breve referência à origem histórica desta solenidade. De fato, o Ano litúrgico da Igreja não se desenvolveu inicialmente a partir do evento

Dom Oscar Romero: Testemunha do Cordeiro

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* Maria Clara Lucchetti Bingemer Chama-se mártir em teologia cristã aquele ou aquela que para testemunhar e confessar em toda a sua radicalidade e autenticidade a fé é vítima de morte violenta. Juntamente com esta morte pode sofrer torturas, condenações, constrangimentos de toda sorte. Também são parte do seu martírio. Na verdade, o que a Igreja quer ressaltar quando venera seus mártires é não o sofrimento em si que os atormentou, mas o porquê esse sofrimento os atingiu. Foram testemunhas fiéis até o fim, como Jesus. Não recuaram diante de nenhuma ameaça nem nenhum perigo. Preferiram perder a vida a renegar aquilo em que acreditavam do mais fundo de seu coração. Os primeiros quatro séculos da história da Igreja foram regados pelo verter do sangue de milhares de mártires. Entre eles havia não apenas homens adultos, mas igualmente mulheres e crianças. Tratava-se de pessoas que, havendo aderido á fé cristã, recusavam-se a prestar culto ao Imperador como sendo divino e confessavam firmemen

Santidade de João Paulo II era “evidente”

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O Cavaleiro Supremo Carl Anderson reflete sobre o pontífice A santidade de João Paulo II é evidente para todos aqueles que o conheciam e leram seus escritos, afirma o Cavaleiro Supremo dos Cavaleiros de Colombo. Carl Anderson, que manteve encontros com o pontífice em várias ocasiões, falou a ZENIT sobre a causa da canonização do Santo Padre, que deu um passo adiante neste final de semana. No sábado, Bento XVI aprovou um decreto que assegura as virtudes heróicas de João Paulo II. Para sua beatificação, João Paulo II, que morreu em 2005, necessita de um milagre atribuído a sua intercessão. –Bento XVI aprovou as virtudes heróicas de João Paulo II e fala-se que poderia ser beatificado já no próximo mês de outubro. Até que ponto é importante avançar tão rapidamente o processo de canonização? –Carl Anderson: Realmente é excepcional que a causa de beatificação avance tão rapidamente, mas não é algo que tenha precedentes em casos verdadeiramente extraordinários. A causa da Madre Teresa também

Maria, mãe e modelo do sacerdote

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Terceira pregação de Advento a Bento XVI e à Cúria Romana CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 ( ZENIT.org ).- Publicamos a terceira meditação de Advento dirigida na manhã desta sexta-feira pelo padre Raniero Cantalamessa, O.F.M. Cap., a Bento XVI e seus colaboradores da Cúria Romana, na capela "Redemptoris Mater", no Vaticano. * * * Maria, mãe e modelo do sacerdote Na carta a todos os sacerdotes com ocasião da Quinta-Feira Santa de 1979, a primeira da série do seu pontificado, João Paulo II escreveu: "Há no nosso sacerdócio «ministerial» a dimensão estupenda e penetrante da proximidade da Mãe de Cristo”. Nesta última meditação do Advento, gostaríamos de refletir precisamente sobre esta proximidade entre Maria e o sacerdote. De Maria não se fala com muita frequência no Novo Testamento. No entanto, se prestarmos atenção, notamos que ela não está ausente em nenhum dos três momentos constitutivos do mistério cristão, que são: a Encarnação, o Mistério Pasc

Cristãos da Terra Santa, testemunhos corajosos do perdão

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Entrevista com o frei Pierbattista Pizzabala Por Chiara Santomiero CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- A pequena comunidade cristã na Terra Santa, cerca de 120 mil em Israel e 40 mil no território administrado pela Autoridade Palestina (1% da população total), resiste, apesar de todas as dificuldades, nos locais que assistiram à Encarnação e à experiência humana de Jesus, oferecendo um testemunho descontado de coragem e fé Para saber mais, Zenit entrevistou o custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa. - Uma pergunta que não é nova: quais são os sentimentos em relação à presença dos cristãos na Terra Santa? - Pizzaballa: Essa é uma pergunta que sempre nos fazemos e que deve sempre ser feita, porque a resposta nunca é a mesma. De fato, minha percepção pessoal em relação a essa questão muda com freqüência, assim como mudam as dinâmicas e as situações, de modo que é uma questão que deve ser sempre recolocada. Mas sei concretamente o que não e

Algumas datas importantes na história da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

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1740 Na Escócia, nascimento de um movimento pentecostal com laços na América do Norte, cuja mensagem para a renovação da fé apela a orar por todas a igrejas e com elas. 1820 O Reverendo James Haldane Stewart publica “Conselhos para a união geral dos cristãos para a efusão do Espírito Santo” (Hints for the outpouring of the Spirit). 1840 O Reverendo Ignatius Spencer, um convertido ao catolicismo romano, sugere uma “União de oração pela unidade”. 1867 A primeira Assembléia dos Bispos anglicanos em Lambeth insiste sobre a oração pela unidade, na introdução às suas resoluções. 1894 O papa Leão XIII encoraja a prática da “Oitava de Oração pela Unidade” no contexto de Pentecostes. 1908 Celebração da “Oitava pela Unidade da Igreja” por iniciativa do Reverendo Pe. Paul Wattson. 1926 O Movimento Fé e Constituição inicia a publicação de “Sugestões para uma Oitava de oração pela unidade dos cristãos”. 1935 Na França, o Pe. Paul Couturier faz-se defensor da “Semana universal de oração para a unida